quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"E a vida o que é? Diga lá, meu irmão!"

Ah... Eu tava tão a fim de escrever, mas nem sabia o quê... Esse período que passei fora tanta coisa aconteceu... Fiz uma viagem maravilhosa em família, sofri uma perda irreparável, estou tendo que aprender a conviver com os aliens que invadiram o meu estômago, os preparativos de uma festa de 15 anos, o último capítulo da novela. Um prato cheio pra quem quer escrever. Mas é que às vezes sinto que o mundo real tem ocupado bem mais meu tempo do que eu queria... e isso é um erro que eu tentarei, com todas as minhas forças, corrigir.
É engraçado como a nossa vida é uma avalanche de acontecimentos e sentimentos, né?! Essa perda irreparável sofrida me deixou marcas... Um grande amigo, que tinha 23 anos, morreu afogado. Meu avô também morreu assim... E só Deus sabe o quanto é difícil a gente aceitar isso acontecer com um menino, o meu shéwry, que tinha toda a vida pela frente. Mas aí, depois de pelo menos um ano sem ir a uma missa, tive a tal missa desses 15 anos que falei acima (não, definitivamente não sou eu que estou fazendo 15 anos, é minha prima), eu comecei a entender um pouco mais.
Confesso que em toda a missa, na hora da Homilia, costumo pensar “Lá vai aquela enrolação toda”... A parte mais chata e mais demorada das missas. Só que ontem foi diferente. Até tentei ficar dispersa, como já é de praxe, mas não consegui. A homilia era sobre Maria das Dores. Palavras sábias de um frei que, mesmo quem não é católico, quem é agnóstico ou até ateu, deveria ouvir e aprender. Vou tentar falar aqui um pouco do que ouvi.
Ele simplesmente resumiu o discurso dele em uma frase: “viver é sentir dor”... Pra viver bem, temos que nos conformar com isso. E quem disse que viver é fácil? Não é uma, não são duas... Durante toda a nossa vida são milhares as dores que sentimos. A dor é difícil, mas é sábia. Não quer sentir dor? Sinto muito, só morrendo. Mas mesmo assim, se alguém morre e deixa de sentir a dor, a gente sofre. E aí lá vem a dor de novo... Que coisa louca que é a mente e o coração humanos.
Bom, tem dor pra tudo quanto é gosto. A dor de ser não ser amada; a dor da saudade; a dor física, que pode ser desde uma unha encravada até uma grave doença; a dor de ver alguém querido indo embora pra sempre; a dor pela dor (sim, tem gente que é masoquista!) e tantos outros tipos que é impossível enumerá-los. A vida é, sim, sentir dor... e aprender com elas. Não tem quem não sofra. Mas a vida também é sorrir... É passar pela dor pensando que tudo é passageiro e que amanhã tem sol lá no céu, no mesmo lugar... e que, como dizia a Rita Lee, “enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz”.
Bom, as palavras desse frei me fizeram sentir a vida mais leve e ficar mais conformada com as dores. O Léo, que foi embora deste mundo, não sente mais dor...e enquanto estava aqui, com certeza amenizava as dores das pessoas . Não tinha como não sorrir ao lado dele... Então é melhor fazer a coisa que ele fazia de melhor: rir. E deixa pra sentir a dor nos intervalos desses sorrisos.. Um dia a gente se encontra mesmo...
Por enquanto, temos que VIVER com todas as letras, porque a vida, mesmo sendo essa miscelânea de dores e sorrisos, é uma delícia!
P.S: E pra quem é católico, ainda pode contar com aquela ajudinha extra de Maria das Dores, né?!