terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Dois mil e nove!

Como ontem de manhã eu fui convidada a conceder uma entrevista para uma revista daqui de Belém sobre as promessas (cumpridas ou não) de ano novo, me toquei que, até agora, nada de promessas. Não é que ainda nem tinha pensado nisso? Só que as perguntas que a repórter fez foram me instigando e vi que eu tenho ainda um monte de coisas pra fazer... Uma das perguntas foi: “Quantos itens compõem a sua lista de promessas”. E eu lá sei?! Brinquei: uns 365... A cada novo dia, uma nova descoberta. E achei que isso vai ser bom pra mim... E aí vou tentar cumprir o prometido e, ao longo do ano, postar aqui neste blog (quando eu atualizá-lo) cada descoberta feita em um dia.

Mas, pra começar o ano, eu disse na entrevista que um blog pessoal jamais seria um blog pessoal sem uma lista de resoluções para o ano novo. E aí vai a minha:

1 – Dizer mais eu te amo, sempre. Nesse ano vai ser pelo menos um “eu te amo” por dia.
2 – O Charlie Chaplin teve a felicidade de, um dia, dizer a seguinte frase: “Um dia sem rir é um dia perdido”. Faço minhas as palavras dele. Sorrisos sempre! Faz bem pra qualquer um!
3 – Ser mais (ser muito mais) paciente.
4 – Tentar (TENTAR) manter o bom humor.
5 – Não deixar que meus problemas pessoais e/ou do trabalho afetem:
A – o trabalho e vice-versa
B – minha saúde
C – principalmente, o modo de tratar as pessoas
6 – Viajar mais... Tenho uma resolução de ir a Nova Iorque no ano que vem... Vamos ver se conseguimos.
7 – Terminar o ano falando mais do que "Je ne parle pas français", em francês.
8 – Comer mais saladas, frutas e iogurte. Aliás, comer salada, um iogurte e uma fruta, pelo menos, por dia.
9 – Menos coca-cola (o maior dos desafios!)
10 – Exercícios físicos.
11 – Ajudar velhinhos o ano inteiro
12 – Reler rapidinho o “1968 o ano que não terminou” e ler “o que fizemos de nós”.
13 – Aumentar a minha fé, a cada dia.
14 – Aumentar sempre a minha bagagem cultural
15 – Falar mais besteira
16 – Ser menos chata
17 – Procurar velhos amigos
18 – êêê!!! Ver alguns novos sobrinhos postiços nascendo!!!!
19 - 36 – “Tem que tirar a psicose de ser gorda da cabeça” – por Fernanda
20 – Conhecer novos países ou revisitar os que já conheci.
21 – Tentar não cortar os outros quando eles estão falando, com assuntos que geralmente não tem nada a ver, mas que eu acho os mais importantes do mundo... ehehehehe
22 – Ser menos irônica quando estou irritada e não fazer aquela característica feição de ironia.
23 – Não apontar o dedo quando estou brigando.
24 – Aliás, não brigar! Só quando for justo.
25 – Escrever mais. Tocar o coração das pessoas, para rir, pra chorar, pra emocionar. A palavra tem esse dom.
26 – Ler mais também. Cultura é um bem não perecível.
27 – Fazer uma operação de retirada do rei da barriga. A gente sempre precisa de mais humildade.
28 – Emagrecer 5 quilos (mulher que é mulher sempre precisa perder peso)
29 – Parar de me interessar tanto pela vida das celebridades.
30 – Ser uma consumidora um pouco menos compulsiva.
31 – Amar as pessoas como se não houvesse amanhã.
32 – Colocar mais dedicação em todas as minhas atividades.
33 – Dividir tudo o que possa existir de bom dentro de mim.
34 – Atualizar mais este blog.
35 – Aprender a nova gramática imposta pelo Lula.
36 – “Continue como você é que está bom assim” – por Rosângela Goulart
37 – Cumprir os itens desta lista
38 – Sonhar e realizar.
39 – Perdoar!

Essa é uma lista infindável, não sei o que poderei realizar daí, mas me esforçarei, com certeza, pra cumprir os 41 itens. Se não conseguir, tudo bem. Tenho uma família maravilhosa, saúde, muito amor, acredito, tenho fé em Deus e nos homens. Então, o que vier é lucro.

Que 2009 seja como Deus quiser.

Amor, luz, paz e sucesso pra todos!


O ano velho tá indo embora.
Tá chegando o novo ano!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Espírito Natalino

Meu Deeeeeus, como eu deixei isso aqui abandonado! Tinha até esquecido que eu tinha um blog. Mas isso não acontecerá mais! É que acho que ando desinteressante demais pra escrever alguma coisa.

Tem alguma coisa de diferente no clima do natal. Não no clima, tempo. No clima, clima. Tá, no clima tempo também. Aliás, tinha alguma coisa de diferente. Tinha aquela chuva de manhã até à tarde, que deixava um friozinho na noite de Belém, mas o famosíssimo aquecimento global não deixa mais o clima tempo ser tradicional. Enfim, o clima, clima, mais conhecido como “Espírito Natalino” ainda toma conta de mim.

Quando eu era criança, acreditava numa coisa que botei na minha cabeça: na Páscoa e no Natal, Jesus Cristo desce à Terra disfarçado de alguém... E aí eu tinha tanto receio de tratar alguém mal, de negar ajuda ao próximo, de não ter compaixão, porque podia ser Ele. Já pensou tratar Jesus Cristo mal? Claro que olhando pra isso hoje, eu vejo que era egoísmo, mas eu era criança. Só que com o tempo, eu fui aprendendo que eu podia ser assim o ano todo. Não tinha motivo pra não sê-lo.

Obviamente, dou minhas derrapadas (derrapadas demais até), eu sou humana. Mas quando estou rezando, peço ao Homenageado deste natal que me ajude a seguir o Seu exemplo. Se não consigo, me arrependo. E esse tal “Espírito Natalino” também traz isso: arrependimento. Aliás, tô pra ver melhor virtude que essa. Só o agradecimento. Este ano, presenciei dois milagres, de verdade, que me provaram, mais ainda, a existência de Deus e do Seu amor por mim e pela minha família. Só que eu ando um pouco arrependida porque o mundo vai bem além de nós. E o que eu fiz pra ajudar este mundo?

Então, um aprendizado que eu tiro de tudo isso é que não é só no Natal que Jesus Cristo vem à Terra. Que Ele está em todas as pessoas, em todos os lugares... E o que eu posso fazer por Ele é tentar agir hoje, agora, da melhor forma possível, pra não decepcionar quem, um dia, morreu pra me salvar.


quarta-feira, 12 de novembro de 2008


Só ontem assisti ao filme “Onde os fracos não têm vez”, aliás, acho que o título original casa melhor com o filme – No country for old men.
Esse filme é um dos que criam aquelas duas vertentes, a do “Ame” e a do “Odeie”. Eu participo da primeira.
Bom, nunca fui crítica de cinema e nem pretensa a isso, então vou falar das minhas impressões do filme, como leiga no assunto.
O que eu posso dizer à corrente do “odeie” é: desde quando a vida real faz sentido no final? Então pra que procurá-lo em um filme? E pra que esperar um clímax em determinado momento se todos os momentos do filme têm um “quê” de clímax? E quanto a toda a maldade irreal (ou apenas mascarada) do filme, faz muito bem ver o Javier Bardem atuando com maestria. Muito bom!
E o resto, deixa pra lá.
O filme dispensa mais comentários.
Assistam!

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quatro anos é muito tempo

Esse fim de semana foi de eleições por aqui. Longe de termos um Gabeira como candidato, segue (mais ou menos), o que o Alexandre Garcia tinha a dizer sobre as nossas opções para prefeito.

Repito, isso é mais ou menos mesmo, visto que já não tenho uma boa lembrança e, ainda por cima, estava naquele estado “Alpha” de sono (uma vez aprendi esses estados de sono em um curso de regressão, e tô utilizando essa palavra, do pouco conhecimento que me foi absorvido, pela primeira vez na minha vida. Considerando-se que paguei caro, este curso deu-se em 1996, e só hoje, 12 anos depois, utilizei uma palavra dele, não posso considerar que foi um bom investimento. Não recomendo. Até hoje, só o que consegui regredir com aquele curso foi mesmo a minha conta bancária que, na época, vinha da mesada).

Enfim, voltando à política.

Não quero ser processada se as palavras não foram exatamente essas, mas foi algo bem próximo a isso.

Bom, a apuração aqui, como Belém não segue o horário de verão, terminou uma hora mais tarde em relação às grandes capitais do Sudeste. Sendo assim, por volta das 17h de Belém (18h em Brasília), tudo o que podia ser divulgado era, ainda, a pesquisa de boca de urna.

Segue o que me lembro do programete das Eleições 2008, divulgado pela Rede Globo.

“E, em Belém, a Pesquisa de Boca de Urna aponta a reeleição do atual prefeito, Duciomar Costa, que tem xx% das intenções de voto, contra xx% do outro candidato, José Priante. O candidato à reeleição vem sendo indiciado por várias irregularidades durante seu período à frente da prefeitura da capital paraense. Em compensação, o outro candidato, José Priante, é apoiado por Jader Barbalho, ex-presidente do Senado que foi preso em escândalo da Sudam”.

Precisa dizer mais alguma coisa?

Sábio foi quem inventou o ditado de que temos o que merecemos.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Porto -->Girona

Ufa! Fim de semana de Círio, repleto de bons momentos, lágrimas e milagres (sim, eles acontecem a toda hora, em todo lugar. Eu tenho presenciado alguns). Círio é isso. Além, obviamente, de muitos, muitos quilos a mais.

Enfim, o Círio tinha que ter uma parte ruim, né? Pra mim, essa parte é ter engordado uns 420 quilos em 2 horas. É a vida. Agora vamos pegar um vôo Belém – Barcelona... Bom, preciso continuar as historinhas, mas de forma resumida (sei que escrevo quase tanto quanto falo – QUAAASE). Vou tentar ser mais objetiva.

Fomos de ônibus até o Porto, em Portugal (pagamos 15.50 de tíquete). Preciso confessar que conheci apenas três pontos lá: o centrão, a rodoviária e o aeroporto. Sei lá, a gente atava to afobada, com medo de perder o vôo, que acabamos nos precipitando demais. Ah! Também conheci uma padaria-restaurante espetacular.

Portugal me proporcionou (também) uns quilinhos a mais. É a tal história de “tem que ter um lado ruim”. Sabe quando tu voltas depois de 30 e tantos dias em Vancouver, comendo enlatados, cookies, junkie foods, gordura até a alma e afins? De repente me deparei: frango, arroz, batata-frita e uma garrafa de coca-cola por 4 euros!!!! Simmmmm!!! Droga, uma pena – e também novidade – eu não lembrar o nome da padaria. O atendimento de lá é excelente, a comida é a caseira e tem doces e salgados maravilhosos. A dica: ela fica bem ao lado da rodoviária, saindo pelo lado esquerdo. Como íamos viajar de Ryan Air, precisávamos estar abastecidas: muitos pãezinhos na mochila e toca o bonde (ou o trem) pro aeroporto!

A Ryan Air, um capítulo à parte:
www.ryanair.com

Como falei alguns posts antes, a gente fez alguns vôos de avião, que custam bem mais baratos que o trem, por exemplo. Sem falar que, de trem, a viagem demoraria 10, 12, 13 horas até... de avião, 2horas. Não recomendaria o Eurail Pass em função da demora, dos valores e das condições que eles impõem. Se a viagem é planejada com antecedência, é MUITO mais válido ir de avião. Nossa passagem Porto – Girona custou nada mais, nada menos que 0,01 euro. JURO! Claro que tem as taxas. No total, ficou caríssima: 30 euros! :-)
Mas isso, compramos com 3 meses de antecedência. E os trechos ajudaram a pautar o nosso itinerário. Tive que fazer uma escolha difícil: Madrid ou Barcelona. Obviamente, escolhi Barça. Era beeem mais barato e me pareceu mais interessante.

Afobadas sempre, após horas de espera no aero do Porto, embarcamos pra Girona e lá desembarcamos sãs, salvas e devidamente alimentadas pelas comprinhas da padaria. O vôo, mais uma vez, foi tranquilíssimo. Já tínhamos deixado reservado um hostel em Girona. Dessa vez eu lembro! Ficamos num da rede HI (nem sempre os albergues Hi são os melhores, mas são bastante confiáveis). Já estava fechado, porque tem hora pra fechar as portas, mas como tínhamos reservado e nosso vôo chegou mais tarde do que pensamos, pegamos um táxi que falava espanhol fluentemente e a gente se esforçava pra entender e responder.

No hotel, um velhinho gente boa nos atendeu, deu roupas de cama a banho cheirosinhas. Só dormimos lá em Girona. No outro dia, logo cedo, corremos, literalmente, pra estação de trem. Acordamos atrasadas... e eu, como tomo um banho suuuper rápido – isso foi um dos motivos de estresse da Bianca comigo – me atrasei.

Saímos correndo pra estação que, por pura sorte, era alguns metros depois do hostel.

Depois de toda a caminhada em Londres, no Porto e em Girona, minha mão já começava dar os primeiros sinais dos calos conseqüentes da minha mala de rodinhas...

Horas de espera no aeroporto do Porto

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Feliz Círio!

Como esse blogue não é o “viaje na viagem” ou nada parecido, vou dar um tempo nas histórias de viagem pra falar de um assunto mais que especial: o Círio de Nazaré.

Posso me esforçar, escrever até fazer calos nos dedos, mostrar fotos, pintar, desenhar, mas, infelizmente só quem é paraense de nascimento ou de coração sabe bem o que esse momento significa. Só o paraense sabe o que é ter, no segundo domingo de outubro, nas ruas de Belém, ano a ano, mais de dois milhões de romeiros (e olha que a população atual de Belém não chega nem a 1,5 milhão): homens e mulheres, ricos, pobres, pretos, brancos, amarelos, índios, todos unidos por um único e o mais nobre sentimento que existe: a fé.

Quem não espera, ansiosamente, durante o ano inteiro, aquele dia de acordar cedinho, mesmo depois de ter participado da romaria fluvial e da trasladação, por volta das cinco horas da manhã, vestir a roupa nova, comprada especialmente para esta ocasião, caminhar a pé pelas ruas da cidade velha, depois de pegar aquele ônibus lotado de romeiros, ou depois de toda a dificuldade para encontrar um táxi desocupado, ou depois de pegar o carro e encontrar os outros meios de transporte no tradicional “ponto mais próximo da Catedral da Sé que se encontrar”.

E, daí, assistir à missa celebrada pelo arcebispo de Belém, e partir para a procissão.

Pronto: vêm os fogos dos estivadores, os mesmos que durante o ano inteiro se unem, depositam suas pequenas doações na “caixinha do Círio” e fazem a mais linda salva de fogos à Nossa Senhora de Nazaré. As homenagens: as casas, enfeitadas com fitas, flores e velas, a chuva de papel prateado, a chuva de balões, cantores famosos prestando homenagens únicas, entoando “Vós sois o Lírio Mimoso”, e muitos, muitos anônimos prestando homenagens ainda mais especiais, entre eles, os promesseiros – miniaturas de casas, tijolos, partes do corpo, que agora está são, modeladas em cera, círios do tamanho da pessoa que foi curada, as crianças vestidas de anjinhos, e também os anjinhos, vestidos de crianças, com o roc-roc ou os brinquedos de miriti em mãos... Todos se misturam neste momento de energia única.

E, com vocês, a corda. O sinônimo da vitória: a doença vencida, o emprego, a universidade.. São tantos milagres diários que as mãos destes agraciados já não mais cabem na corda. Mas e daí? Não dizem que a fé move montanhas? Pois ela também permite que estes fiéis levem, abraçados, a corda próxima à Berlinda, protegendo a santinha até o final da procissão, na sua morada, a Basílica de Nazaré, erguida exatamente no local onde o pescador Plácido encontrou a verdadeira imagem.

Com o final da procissão, pra recuperar as forças, chega a hora do paraense, já com a fitinha amarrada no braço, correr para sua casa, reunido com a família e com todos os turistas que ele recebeu ou conheceu durante a procissão: brasileiros e estrangeiros. Todos juntos vão para a casa da matriarca da família se deliciar com aquela maniçoba que, durante sete dias seguidos atormentou sua manhã, sua tarde e sua noite, com aquele aroma maravilhoso de maniva pré-cozida no fogo.

Depois do prato de maniçoba, nem ele mesmo sabe como ainda tem fome de sobra pra complementar seu almoço com um pato regado por tucupi, sem deixar faltar a dormência que só o jambú é capaz de causar. E pra sobremesa? Uma tigela caprichada de açaí. Enche de açúcar, de farinha de tapioca e vai descansar da peregrinação naquela sesta da tarde, no calor do Pará, antes de levar a criançada para o parque de diversões. A hora do sono é exatamente o momento em que começam a cair as primeiras gotas da chuva para refrescar.
E ele adormece.

Já sonhando com qual homenagem prestará à Mãe de Jesus no ano seguinte.



terça-feira, 7 de outubro de 2008

Lis(muito)boa!!!

Tive um fim de semana assoberbado, um início de semana idem, mas vou tentar atualizar isso mais que uma vez por década...

Bom, quando cheguei a Lisboa, a Bianca já tinha se hospedado num hotel que não lembro o nome, só sei que ficava na Praça do Marquês de Pombal. Um hotel bem confortável. Aliás, um dos únicos com essa característica, na nossa jornada. Como a Bianca escolheu esse hotel sozinha, ela foi logo em um 3 estrelas que tinha até banheiro no quarto. Tsc Tsc

Bom, cheguei lá, tomei banho, me troquei (finalmente tirei a maquiagem) e fomos andar por Lisboa. ANDAR é a minha maior dica. Poucas vezes pegamos transportes. Vale muito conhecer todos os pontos a pés.

Nosso primeiro ponto foi “Oh mar salgado... quanto do teu sal são lágrimas de Portugal”. Na beira do Tejo, a Torre de Belém, a tangerinas, o monumento do descobrimento, pelos arredores, o Mosteiro dos Jerônimos, onde fica o túmulo de Camões...único!!

Tava fazendo um dia maravilhoso de sol, sem frio (o único que pegamos, em quase 40 dias). Parada obrigatória: vendedores de castanhas assadas. Não é assim, digamos, uma Castanha-do-Pará, mas é típico da região e TODO MUNDO anda por lá comendo. Dá vontade. A propósito, as tangerinas das quais falei são suuuper azedas!




Depois de bater pernas o dia inteiro, eu não conseguia mais nem falar. Tínhamos reservado um lugar numa fadaria, que também não lembro o nome (perdoem-me, o cansaço era bem mais forte), onde eu comi um bacalhau com vinho do porto inigualável! Ah, tinha que pegar o tal elevador, mas preferimos subir a pé pra parte alta.

Na volta, um Haagen Dazs, pra completar o dia... Depois, dormi o sono dos justos, pra no dia seguinte conhecer o castelo de São Jorge, procurar igual uma louca, o Museu Fernando Pessoa, que NINGUÉM sabia onde era. Foi nessa caminhada de horas e horas que pude ver um pouco mais do dia-a-dia e da graça não turística de Portugal: das ladeiras, dos passarinhos à porta das casas, dos vendedores de queijos e vinhos, enfim... Da beleza da cidade, propriamente dita. Da cidade normal.

E, com dor no coração, deixar a cidade dos meus bisavós e partir rumo à Cidade do Porto, de onde sairia o nosso vôo até Girona, bem próximo a Barcelona.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Pra começo de história

Vou começar dizendo que as minhas dicas dessa viagem à Europa são dicas de que viajou com o dinheiro apertado, de mochilão, com uma amiga.. O objetivo era a aventura. Não tem muitas dicas claaaras, mas no meio das minhas palavras, espero que se possa tirar algum proveito para quem está indo ou pretende ainda ir à Europa.
A minha viagem começou e terminou por Londres, porque estava em Vancouver e de lá a passagem pra Londres, pela Air Canada, era mais barata (sim, eu estava no Canadá, mas isso é história um outro – e longo - capítulo). Cheguei no aeroporto de Heathrow, passei algumas 12, 13 horas, sei lá, conhecendo a tarde, a noite, a madrugada e o amanhecer inglês dentro de tantos eventos diferentes, com tanta gente bacana, que só num capítulo a parte. Como a saída também foi por Londres, vou deixar pra falar desta cidade por último.
Então vou falar da minha chegada pelas terras d’Além Mar. Depois de um dia inteiro de farra, bebidinhas, comidinhas e amigos loucos da Inglaterra, embarquei no aeroporto de Luton – uma província pertinho de Londres – cerca de 45 minutos de ônibus, rumo ao aeroporto internacional de Lisboa, em Portugal. Sim, passagens de avião mais baratas geralmente chegam e/ou saem de aeroportos mais distantes das cidades, mas o preço, sem dúvida, compensa.
Do centro de Londres, há ônibus que levam até o aeroporto de Luton e todos os balcões de informações nos ensinam isso e nos dizem os pontos e horários da passagem do ônibus. O que pagaria cerca de 60 pounds num táxi (que não recomendo nunca a quem não tem dinheiro), paguei apenas 11 libras (isso em 2007) de ônibus.
O Vôo:
Paguei 60 libras, apenas, pela Easy Jet, comprando com dois meses de antecedência.
O Avião não é dos mais confortáveis, mas vale o preço. O vôo foi tranqüilo e pareceu bastante seguro. O problema foi a entrada no país.
Tudo bem que eu estava com cara de bêbada-amanhecida, com uma blusa cheia de brilhos e paetês estranhíssima, maquiagem toda borrada, cabelo desgrenhado e havia 72 horas sem dormir... mas isso não era motivo pra não quererem que eu entrasse no País, né?!
A moça da imigração veio perguntar quanto eu tinha levado em euros. Relatei meus poucos euros e ela ficou com cara de quem prendia o riso. Não contente, ela me perguntou onde eu ia ficar... Como assim, onde eu ia ficar? Como eu ia saber responder uma pergunta dificílima dessas?
Eu, ainda com resquícios de café turco no meu sangue, respondi: casa de uma amiga (sim, a idéia inicial era eu ficar na casa de uma amiga da mãe da Bianca). E ela me responde: Por favor, anote o endereço dela. COMO EU IA SABER ISSO, JESUS AMADO? Ela: Sem endereço, você não entra no País. Eu, começando a recobrar meus sentidos, caí em mim e respondi: aaaahhh, você quer saber onde eu vou ficar? Desculpe, é que falamos línguas diferentes (?) e não estava entendendo direito. Vou ficar no Íbis Aeroporto (?). Desde quando existe um Íbis aeroporto em Lisboa, eu não sei, mas ela aceitou meu novo endereço.
Toda esbaforida, finalmente eu pego a minha malinha (outra dica: mochilão não serve para pessoas sem força. Recomendo mochila com rodinhas, como a minha) e vou ao salão do aeroporto, onde a Bianca, minha amiga-irmã, brasileira quase americana, moradora de Angola e companheira de viagem, me esperava sentadinha.
Bom, ela não tava nem aí se eu tava chegando com bafo de bebida, após 72 horas sem dormir, de blusa dourada, minissaia e maquiagem toda borrada, mendigando por uma cama quentinha. Minhas primeiras palavras a ela, após um ano sem vê-la, e cheia de novidades de Vancouver pra contar não foram: “Amiga, que saudade. Tenho tanto pra te contar”... tsc tsc. Minhas palavras foram: “Ai, amiga, que bom que estás aqui. Preciso de uma cama pra dormir”.
Bom, a compreensão nunca fez mesmo parte da nossa relação e eu sabia que meus desejos não seriam prontamente atendidos. Pegamos um “autobus”. No caminho ela me disse: “ah, a amiga da minha mãe não está aqui. Não estou hospedada na casa dela”. A Bianca tinha chegado em Lisboa no dia anterior. Gelou minha barriga... Isso quer dizer que eu não tinha onde ficar? Tinha sim... mas isso são cenas para breve.
Com a Bianca Coan, cara de acabada e muitas, muitas horas mal dormidas

A farra londrina que quase me fez perder o vôo

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Preciosa Luta

Sempre acreditei que a melhor forma de representar as coisas boas da vida fossem as palavras. E valorizei-as, em toda a perfeição e força que realmente lhes é inerente. E respeitei-as, e como respeito, afinal vivo (vivemos todos) delas, da palavra escrita, da palavra pronunciada. Porém, é com culpa e um pingo de frustração que devo confessar que descobri algo além das palavras. Não melhor, não pior, apenas além: a lembrança.

Não nego, e nunca o farei, o poder das palavras: “mais que o aço poderosas”, como bem descreveu Cecília Meireles, mas peço licença pra especular que talvez a poetisa não tenha se dado conta, ou até vivido tão belos momentos quanto os que pude desfrutar nos últimos 30 e poucos dias.

Por exemplo, como poderia, em palavras, descrever Lisboa e suas ladeiras, e as velhinhas portuguesas, com suas roupinhas penduradas em varais, nas pequenas ruelas cortadas por árvores de tangerina em um colorido maravilhoso, que contrasta azulejos, pessoas, vinhos e sons (sim, lá até os sons tem cor. O fado é de um vermelho incrível!), que só a indescritível capital portuguesa pode proporcionar? Como escrever o Tejo, de águas das lágrimas imortalizadas por Pessoa?

Nem Almodóvar, nem Gaudí ou Picasso com suas obras e imagens puderam retratar a muito mais que Almodovariana Espanha e sua bela pretensa Catalunha Barcelona. Catalães? Espanhóis, até o último fio de cabelo!

Como descrever o céu maravilhoso da Itália? Apenas contando da imensidão azul que encobre a terra do maravilhoso gelato, do vinho irrepreensível e dos apaixonantes ragazi? Como falar dos canais de Veneza que guardam, silenciosos, tantos romances? E do ar tão verdadeiramente italiano da ofuscante Florença? E o bege de Roma e suas ruínas, seria ele explicável? Como explicar da fé e da paz presentes nas construções do Vaticano, mesmo com as milhares de pessoas que se esbarram por uma bênção? Seria suficiente apenas dizer que o céu é a azul e que o país é encantador? Temo que não.

O que dizer da Viena das histórias, dos grandes monumentos, do seu mais valioso anel? Uma jóia? Não... não apenas isso. Ela é mais que especial. Assim como Berlim, aquela cidade dura, ríspida pelo que passou, das imensas quadras que nem Karl Marx pode descrever, do muro pichado de dor e vergonha, do muro pichado de liberdade, de orgulho e de luta. A prova de que o bem pode vencer, ao menos uma vez...

E Londres? MEGALÓPOLE, vanguarda, antigo, moderno, novo, punk, lindo, feio, calmo, estressante, das festas, das drogas, da rainha, do chá, a cidade dos contrastes, dos espetáculos e do maior circo da Terra. Mas vai mais além... a cidade da pontualidade indefectível de um Big Ben que, em céu cinzento ou azul, não perde sua majestade, nem ao ser 24 horas vigiado pelo olho de Londres. O berço de Oscar Wilde (talvez esta seja a melhor forma de descrevê-la em palavras).

E por fim, a Paris. Ah! Minha bela Paris. Sobre a qual eu posso afirmar, de peito aberto, e com a humildade de meio-conhecedora, que “Cidade Luz” é pouco pra ela. Capital do Mundo? Tampouco. Ela é mais que isso... O paraíso? Quase isso... Mas neste paraíso da Terra viveram Victor Hugo, Robespierre e Baudelaire, entre tantos outros. Talvez até Deus tenha escolhido um local para passar férias na Terra. Talvez tenha sido Paris.

Como descrever uma caminhada às 10 da noite, que começa na Torre Eiffel, passa pelos Campos Elíseos e termina no Louvre, respirando história e poesia a cada passo? O que falar de sair do hotel e ouvir um casal de velhinhos tocando “La vie en Rose” junto a uma ponte que liga a minha rua à Catedral de Notre Dame? E a respeito do charmosíssimo mau humor francês e seu tão charmoso quanto ar de superioridade? E o que falar dos amores de verão que acontecem em pleno início de primavera, que só o romântico ar desta maravilhosa Paris, que nos torna tão propensos às paixões, é capaz de explicar?

Falar? Escrever? Não... Palavras são apenas palavras. Aliás, dentre os tantos poderes das palavras, tem um que corta a tênue linha que divide o bem e o mal: o poder de nos entregar. (Preciso interromper o raciocínio para concordar com Cecília Meireles, que as define como “estrelas de chumbo, rochedos de chumbo”).

Então, como demonstrar que o mundo que vivemos é capaz de nos dar todos os presentes que jamais ousamos imaginar? Testemunhar! Esta é a palavra. E após o fato de testemunhar, só nos resta uma saída: a lembrança. E ela dói... Ter com quem dividí-la, uma espécie de co-testemunha, alguém especial, pode aliviar esta dor.

As lembranças são as realidades dos fatos presas dentro de nós e ninguém é capaz de testemunhá-las ou apresentá-las. Talvez por isso eu as tenha eleito o que hoje tenho de mais valioso na minha vida.

Sentimentos podem se transformar; palavras são dúbias quando escritas; quando faladas, se perdem ao vento. As lembranças não... são eternas.

Pode-se morrer que elas sempre estarão em algum lugar.

Talvez perdidas no imenso céu azul da Itália ou, quem sabe, misteriosamente mergulhadas nas profundezas do Rio Sena...

Renata Freitas – abril de 2007

Apresentação

Oi!!

Há tempos tenho vontade de criar um blogue, só que quando sento em frente ao computador, penso: pra quê? Ou melhor, pra quem? Quer saber? Decidi... Vou criar um blogue pra mim... Pra eu poder descarregar todas essas letrinhas que ficam presas às pontas dos meus dedos e que, por falta de tempo ou por pura preguiça, acabo deixando empedrar.
Enfim, se tiver mais que uma mosca visitando isso, explico mais: vou falar um pouco sobre as viagens que fiz, darei dicas (principalmente de como não gastar dinheiro :-)), falar do que estou lendo, ouvindo... e das minhas opiniões. Gosto de expressá-las, mesmo que elas não interessem a ninguém, senão a mim mesma.
Vou começar publicando um texto sobre uma viagem à Europa, de 30 e poucos dias, em 2007. Depois, país por país, algumas situações, dicas e particularidades.
Bem-vindos às minhas venturas (quem me conhece saaaabe que tem um “quê” de Zuenir aqui, né?!).
Vou logo pedindo desculpas aos cidadãos que, em 2012, caso este blog ainda persista, o visitem. Está tudo errado, sim. Foi escrito no português que aprendi desde que nasci e ainda correto em 2008.

Lá vou eeeeeeuuu!!!!