sexta-feira, 29 de maio de 2009

Dia do Meio Ambiente


Quando a gente não tem o que escrever, fala sobre o quê? O vazio? O branco? O tempo?
Ah! O tempo!
Menino (a), que tempo louco é esse que tá fazendo, né? Chuva pra cá, enchente pra lá, desabrigados, mortos... Culpa de quem? Nossa, ora... Não que as pessoas que sofrem essas consequências horrorosas tenham 100% de culpa ou que o governo esteja isento dela, muito pelo contrário, porque toda a solução parte da educação, mas o bom senso nessas horas acaba esquecido atrás da porta.
Esse fim de semana, fui levar Rick Vommer (meu parceirinho branco peludo) pra tomar banho. Fomos a pés... Ele em quatro, eu em dois... Como sempre faço quando saio com ele, levei o jornalzinho pra recolher a sujeira. Penei, penei pra encontrar uma lixeira depois que recolhi... Mas quem procura acha... Uns 300 metros depois, já no auge da minha revolta, achei um cesto furado... Mais revoltante ainda... Só que perto do pet tinha uma, cheia até a boca, mas que salvou a pátria.
Nesse ínterim entre a lixeira furada e a cheia, três meninas andavam na minha frente. Deviam ter seus 11, 12 anos. Conversavam alto, cantavam e, de repente, uma sacou um chiclete do bolso do short jeans, comeu e pra onde foi o papel? Direto pro chão. Aqueles papéis laminados. O que mais revoltou foi que a menos de um metro dela, tava lá, a lixeirona... Até agora to arrependida de não ter corrido atrás dela e chamado a atenção: sabia que isso vai contribuir pra alagar tua casa? Mas a minha reação foi outra... peguei o papel do chão e joguei no lixo, contrariada.
Aí dá um desânimo, sabe?! Fiz a minha parte, mas em volta tinham tantos copos descartáveis, garrafinhas de água, guardanapos e tantas coisas mais...
Resolvi escrever isso porque semana que vem, dia 05, é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Tudo bem que não sou nenhum exemplo de consciência ambiental (e como sê-lo em uma cidade que não tem nem coleta seletiva?), mas acho que o mínimo a gente tem que fazer.
Acho que as dicas, a gente já tá casado de saber: fechar a torneira ao escovar os dentes; fechar o chuveiro ao se ensaboar e/ou passar xampu; não jogar óleo de cozinha no ralo da pia; consumir madeira certificada; lavar carro com balde, em vez de mangueira etc. etc. etc.
Então, feliz dia do meio ambiente pra todo mundo!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Sem sentido. Com sentidos.

Hoje na lancha, indo pro trabalho, eu comecei a pensar em como sou toda sentido. Não, eu não faço sentido... Sou toda 5 sentidos. Falo daquele sentido da definição do dicionário Houaiss que diz:

Faculdade de perceber uma modalidade específica de sensações (como o calor, as ondas sonoras, o sabor), que correspondem, grosso modo, a um órgão determinado, cuja estimulação dá início ao processo interno de recepção sensorial [São cinco os sentidos: tato, visão, audição, paladar e olfato.]

Gente, como eu sou 100% dessa tal recepção sensorial. Tudo o que acontece na minha vida tem um som, uma cor, um cheiro, um gosto, uma sensação...
Costumo dizer que sou o Jean-Baptiste, do Romance “O perfume”, sabe? Sinto cheiros a quilômetros de distância. As pessoas acham engraçado quando eu estou em determinado lugar e digo: “huuummm, bateu o cheiro do Rio de Janeiro agora”. O Rio tem, pra mim, dois cheiros característicos: aquele cheiro da “praia do Rio” (esse, só indo lá pra saber), misturado com cheiro de Sundown® e o outro é o cheiro de gás. O Rio tem um cheiro delicioso de aquecedor a gás. É super típico! Pelo menos na minha cabeça... E o cheiro do Círio, então? Esse é fácil... Basta molhar um pouco o asfalto bem quente... Eis o cheiro do Círio de Belém!
Vancouver. Pra mim, Vancouver tem um cheiro inconfundível. Não só a cidade, mas aquela época maravilhosa da minha vida que passei por lá... Tudo tem cheiro de maçã verde... Acho que porque o xampu que eu usava quando estava lá era de maça verde. Aí ficou...
A Europa, como todos podem conhecer e/ou imaginar, tem vários cheiros. Desde o cheiro amadeirado de um hidratante que davam de brinde num hotel, até o adocicado de um sabonete líquido que eu passava nos cabelos.
A minha infância tem as cores dos azulejos da casa da minha vó... Minhas doenças de infância têm cheiro de copaíba com alho e naldecon gotas. As brincadeiras têm o som dos carros passando em frente à praça, quando estávamos no pátio. E o aroma de sabão Omo, que usávamos pra escorregar no quintal.
Sinto a minha infância como se ela fosse aquela mola mágica, sabe? Aquela colorida, que corria de um lado pro outro... E de geleinha e de folhas de árvores sendo tiradas do caule. E o cheiro das colônias Gelatti e Matinal.
Ah!!! Já ia esquecendo o gosto. A infância tem gosto de bananada no café e filé e arroz fritos na manteiga na hora do almoço. Na sobremesa, laranjinha de groselha e pirulito diplink.
O amor tem o som dos Los Hermanos, com a letra do Chico e o backing vocal do Michael Bublé.
A Itália tem gosto de sorvete de chocolate, a França tem gosto de vinho e Buenos Aires tem o ar fluorescente. Belém tem cheiro de tacacá (não sabem o que é? Venham e sintam)... A saudade tem o cheiro de Victoria’s Secret azul. Não sei porque... Passo esse perfume e sinto saudade... Saudade eu nem sei de que... Talvez de mim mesma... uma saudade saudável.
E a vida... Ah... a vida é esse mix de cheiros, gostos, sons, imagens... O caleidoscópio de sensações mais louco que alguém jamais ousou imaginar.
O Quintana já dizia que "a maior dor do vento é não ser colorido"