segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Desabafo

Eu quero ter tempo...
Quero poder sair... de mim, talvez. Talvez, pra rua.

Quero poder cozinhar, assim, uma tarde inteira, com um livro antigo de receitas à mão.
Depois de cozinhar, assistir a toda a coleção do Almodóvar e emendar com a do Chaplin, até adormecer. Quando acordar, quero amar.
Aliás, também quero cozinhar amando, assistir aos filmes amando e adormecer amando. Quero passar a vida a amar.
E também quero sair pra fotografar e aproveitar o que o pouco de tempo que tenho já me deu. Quero fotografar crianças, adultos, velhinhos e cachorros sorrindo. Quero poder ser fotografada bebendo uma garrafa de vinho e ficando com as bochechas rosadas.

Quero sair de mim e ter tempo.
Quero ter tempo de ser filha, de ser neta, de ser irmã e de ser esposa. Quero ter tempo de chegar em casa e não virar pro lado e dormir.
Quero ter tempo...
Pra sair pra comprar cadeiras novas, velas aromáticas, quadros e cortinas. Pra poder comprar óleos corporais e perfumes novos. Também quero poder de ter tempo de providenciar as músicas e o vinho que vão me embalar enquanto cozinho.
Ao mesmo tempo, quero vestir-me linda e aprender o passo a passo de como me fazer assim...
Quero ter tempo de ser independente e ainda assim depender de alguém.
Quero poder viajar sem destino, sem medos e sem esperas... Quero ir.
Quero ter tempo de poder sair. De mim, talvez. Talvez pra rua. Talvez pro mundo.
E se tempo se resume à vida, eu quero ter vida.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Um lugar jamais pode estar completamente abandonado. Com certeza, ele está sempre cheio de lembranças das pessoas que por ele passaram. Ele está sempre povoado nas lembranças destas mesmas pessoas.
Não, não é uma desculpa. Assim é o meu blog.
Jamais abandonado. Sempre cheio de lembranças. Sempre cheio de mim.

É que é tão mais comum escrever na dor, que acabo nem tendo tempo pra isso. Já dizia o poeta que “ser feliz me consome muito”. Enfim, cá estamos nós se ainda houver resquício de leitor. Se não houver, cá estamos nós do mesmo jeito. Eu, ele e as minhas letras sempre presas aos meus dedos. Voltamos para contar as nossas histórias, as nossas venturas.

E que coincidência... A ilustração da minha postagem mais recente foi uma fênix, que àquela época, me identificava. Hoje, a mesma fênix identifica este espaço.

Nós voltamos!