quinta-feira, 19 de março de 2009

Ao Mestre (Zu) com carinho - Parte II

Continuação do meu texto ao Zuenir.

Caso ele existisse de verdade (porque no mundo de hoje é quase inconcebível encontrarmos um ser humano, no sentido literal da palavra), pensei que já era tão amiga dele que nem havia necessidade de conhecê-lo pessoalmente, até porque isso era meio impossível, tendo em vista a nossa distância física e meu horário intenso de trabalho, dentre outros fatores. E também, não valeria a pena, de repente, me desencantar. Continuei a minha trajetória de vida e, apesar de trilhar um caminho do jornalismo tão diferente do dele, segui tentando me espelhar no seu caráter profissional e humano. Pelo menos o gosto pelas crônicas nós tínhamos em comum, mesmo que isso fosse o de menos.

Bom, ele, um carioca que vive viajando pelo mundo, jamais pararia em Belém do Pará só porque fazia mais ou menos um ano que eu o tinha descoberto como gênio. Porque ele como pessoa/escritor eu havia descoberto há tempos, em suas crônicas, que já eram minhas velhas conhecidas. Eis que, numa manhã de quarta-feira, a caminho do trabalho, lá está ele, na primeira página do caderno de cultura do jornal. Ele estava em Belém!

Só me restava a felicidade de poder encontrá-lo naquele mesmo dia, depois do horário de expediente. Uma felicidade que veio junto com um forte sentimento de apreensão. O medo da decepção era tão grande quanto a ansiedade de encontrá-lo.

Resolvi ir ao seu encontro, porque, afinal, se me decepcionasse, seria para mim até uma honra constatar que ídolos realmente não existem... Cheguei ao teatro para um debate (sobre crônicas!) no horário marcado. Quando abriram as portas, eu, que sou baixinha, fui me infiltrando entre as pessoas de estatura normal, até chegar lá na frente, onde usei a cara de pau que aprendi a vestir a partir do momento que escolhi esta profissão e me sentei bem ao lado da curadora do debate. Era uma garantia de que ele ia, pelo menos, me ver e, quem sabe, me reconhecer como sua velha amiga?

Quando ele entrou, baixei a cabeça para que ninguém percebesse, mas meus óculos até embaçaram. Achei-me uma dessas adolescentes, confesso. Ah! Mas era diferente! Eu estava me emocionando por aquele que era o meu ideal de vida e que agora estava lá, na minha frente, tão palpável, tão real. E o mais impressionante é que ele existia mesmo!

Na mesma hora tive vontade de gritar: “Oi, Zu... Sou eu, a Renata, tua amiga há tempos. Tô aqui na primeira fila pra te aplaudir. Vê se não me decepciona, hein, cara, porque eu esperei muito por este momento”. Mas preferi conter as meus impulsos e ouvir a (preciso confessar) chata da outra debatedora iniciar a palestra.

Quando ele abriu a boca, veio logo falando: “Bom, eu costumo dizer que não sou, pareço. Todos me confundem...” e contou um episódio acontecido em Parati, quando foi confundido com José Saramago. Ora, dias antes eu havia lido essa crônica, mas dei gargalhada ao o ouvir o principal personagem desta história relatando-a. Porém, quero deixar bem claro aqui que eu nunca aceitei essa crônica. Ora, será que ele ainda não se deu conta de que ele é o Zuenir? Ele não se parece, ele é a excelência do jornalismo brasileiro em pessoa.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nossa, eu também não sabia desse fanatismo gigantesco... A parte da cara de pau e pessoas de estatura normal estão ótimas.. hehe. Eu duvido que não houve NENHUMA abordagem sua neste dia! Pode contar todos esses detalhes...

Bjs!

Anónimo disse...

menina do ceu, eu vou ate pesquisar este ser genial..
Agora vai logo e coloca o resto pq eu quero saber o que aconteceu..Que email grandinho em amiga, o cara super ocupado..fico imaginando onde ele arrumou tempo pra escrever tu o que escreveste, e se ele te respondeu entao, deverias considera-lo teu amigo..o MELHOR!

Anónimo disse...

PRA LER>..nao pra escrever.:)