segunda-feira, 23 de março de 2009

A resposta

Pois é... Então eu escrevi este “livro”, já certa de que não teria retorno. Era quase impossível eu ser ainda mais surpreendida por esse cara... Mas eu fui! No mesmo dia. Poucas horas depois, ele me respondeu. Chorei... Sorri... Não descrevo mais nada, impossível.
E, não só isso. No ano seguinte, em 2007, ele voltou a Belém. Ficamos batendo um bom papo por vários minutos (esperei terminar a sessão de autógrafos). Falei de como estava sentindo o fim do “nomínimo”, um portal de jornalistas que eu assinava e que publicava as crônicas do Zu, sentia principalmente porque era meu único meio de contato com ele. Mas ele me passou o e-mail pessoal dele, assim não perderíamos o contato. E ele também me falou da releitura do 1968. E é esse livro que começo a (re)ler hoje – o antigo... Para então ler, pela primeira vez, a sua releitura “O que fizemos de nós”. Já, de antemão, recomendo.
Recomendo também os outros: Minhas histórias dos Outros, Cidade Partida, Chico Mendes: crime e castigo, Inveja – Mal secreto (é este da foto), ... E todos os que trazem um pouco dele. É só pesquisar.
Beijos a todos e obrigada pela paciência de ter lido, step by step, a “Minha história do Zuenir”.
Lá vai!


No mais recente encontro, em 2007, no Teatro Estação Gasômetro, em Belém.


Renata querida: Você quase me mata de emoção, garota! O seu texto funcionou pra mim como uma daquelas provas de esforço para ver se o coração está bom. Ainda não sei se passei no teste. Quando saímos do teatro, fomos jantar (se eu soubesse teria levado você comigo) e na mesa contei que tinha conhecido rapidamente uma menina com um humor muito fino. "Imagina que ela pediu um autógrafo e lamentou não ter trazido meus outros livros. E completou: o cidade partida, o inveja e o Ensaio sobre a cegueira'. Todo mundo morreu de rir e concordou que você tem um fino e original senso de humor. Agora, voltando à sua carta. Ela me deixou ao mesmo tempo emocionado e sobrecarregado de responsabilidade. Mesmo sabendo que, por generosidade, você estava me mitificando e que eu devia dar um desconto, não pude evitar uma dose excessiva de vaidade. Meu ego, oh! Fiquei todo bobo. Mas em seguida me dei conta de que jamais poderia corresponder à imagem que você faz de mim, e isso me deixa preocupado. Tive vontade de dizer, "menos, Renata". Penso no dia em que, ao descobrir que sou de carne e osso, cheio de falhas adquiridas e defeitos de fabricação, você vai se decepcionar. Como você me colocou lá em cima, a queda vai ser muito pior. E aí eu vou me sentir muito triste. Como você sempre foi "avessa à idolatria", a esperança é de que o ataque de agora seja conseqüência de um vírus passageiro a ser atacado. Mas enquanto isso, enquanto não se cura, vou supor que sou o que você sonha que eu seja e me esforçarei para sê-lo integralmente. Se chegar à metade, já me darei por satisfeito. Ficaria conversando com você por muito mais tempo, se não tivesse interrompido um trabalho com prazo de entrega para dar uma olhada rápida no meu correio (sou eu mesmo que abro), e me deparar com aquele "Ao mestre Zu, com carinho". Por mera curiosidade abri, mas sem a intenção e sem o tempo de ler, muito menos de responder. O resultado é que aqui estou, há quanto tempo?, conversando com você. Isso dá a medida de como a sua mensagem me mobilizou. Agora, pórém, morrendo de pena, vou ter que parar. Me sentirei muito feliz se você continuar sendo minha leitora, minha admiradora e sobretudo minha amiga de infância. Com um beijo muito, mas muito carinhoso mesmo, do Zu.

6 comentários:

Anónimo disse...

Com muito orgulho, o sexto leitor... Parabéns, te superaste!

Luiz Marques disse...

Amiga de infância? Agora sim está mesmo a sua cara (do jeito exagerado que você fala)... Muito legal a resposta dele! Ah, agora já sei baseado em quem você prende a atenção do leitor... Adorei!
Quando seu blog for famoso e você for dar entrevista, vou estar na primeira fila também, e levar todos os posts impressos pra você autografar (risos absurdos).

Bjs!

Renata Freitas disse...

Hahahahahahaahah!!!
Luiz, haja caneta e haja fortuna pra gastares em papel "chamequinho". Até eu ficar famosa, filho, ainda tem pelo menos ums 2 trilhões de posts pela frente!!!!

Anónimo disse...

Realmente és uma das poucas que conheço que conseguiria um olhar tão carinhoso de um cara como o Zuenir. Surpreendente!

titaklautau disse...

ô Renata, nossa que legal!

Junior disse...

Tenho um orgulho que não tem tamanho dessa minha mulher!!!
Não é nenhum exagero quando digo que você não existe...
Tá vendo só?

;) TE AMO!